quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Uma Parte de Mim

É possível que uma parte de mim seja amor
E que uma próxima dessa seja solidão
É possível que outra parte de mim seja dor
Que mora próxima do coração
É possível que o amor perto de mim
Seja inteiro de coração
Mas alguma parte de mim sempre e sempre é dor
Vivendo perto da solidão

E se parte de mim vive de solidão
É a solidão do não ter meu amor
Se o que separa o coração meu do teu é a dor
Sem amor a solidão mata o coração.

E se viver de solidão salva o coração
Regar-me-ei arvore de dor,
sem amor,
Pra morrer por você, eterna paixão.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MPYou

Indigente,
Eu escolho ser indigente.

E eu espero porque ainda há esperança. Num dia de sol como todos os outros a agua evapora em vapor, que vira nuvem. E eu tenho uma vertigem reversa sentado no banco do ônibus olhando pro céu...

"ainda bem que existe nuvem, imagina se não tivesse..."

A nuvem que vai é a nuvem que vem, desagua na represa, desce turbina abaixo, gera a energia, vai pra cidade, vai pra bateria, liga o aparelho, põe os fones.

E mesmo querendo sumir da nuvem de gente, gente olha pra mim feito gente doida. Como pode.

Mas não tem problema, tudo pro indigente é diferente, porque o som que navega em mim não é o mesmo que navega nessa gente. Que inteligente.

Os fones, a bolha, a pessoa. E toda essa gente achando que é gente. Ainda bem que sou inexistente.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Postagem

-Poste na minha face descarada que sou um bêbado maltrapilho, mas não ouse postar-se na cama com mais alguém que não eu!

E ela se calou. Seu silêncio fez vácuo no lado esquerdo do meu peito.

Daí se caiu a face daquela que a pouco brigava e se postou um sentimento doloroso. As lágrimas caiam sem explicação, as pernas bambas e brancas postaram-se a tremer.

Cinco minutos depois, se imprimiu na minha mente o cartão postal dos farois acesos do seu carro no poste da rua da minha casa; acelerou e partiu.

E na minha face postaram-se lágrimas, como no céu daquela noite.

Como pode o vácuo do meu peito ter engolido meu estômago e minhas reações?
Não sei.

Postei-me no sofá a lembrar de tempos e tempos, do que outrora foi aquela que se foi. Dos tempos dum namoro platônico, das coisas belas e, simultaneamente, tão sórdidas e prazerosas. Lembrei-me também do primeiro filho, pois seu choro postou-se a bradar no teu quarto.

Mas eu ainda tenho tudo, porque o tão vazio sem sentimento?

Me perguntei isso por dias e dias naquelas noites crueis com seus relógios malditos. Agora que me postei a chorar novamente, traga-me uma dose de cachaça e salgadinhos, a noite se postará a ser longa e o blues se postará nesses meus segundos vazios de sofreguidão

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Mensagem Aos Pequenos e Grandes

Onde você perdeu seus ouvidos? Foi perto da esquina da ignorância?

E lá se vai mais um, filho de tendências, equinócio indefinido. Vai caminhando pelas calçadas populares com as roupas(caras, tão caras!) e as faces medidas e desmedidas no espelho do teu quarto.

Lá vai o falso poeta, o hipócrita cego, o senhor da arrogância, senhor dos iludidos. Vai caminhando pelas calcadas populares mais um filho da besteira, um negligente do verdadeiro saber, um futuro arrogante meramente ignorante.

Lá se vai o futuro do país, o médico que irá atender os filhos, o advogado que defenderá causas. Vai caminhando pelas calcadas populares mais e mais da podre tendência, do comodismo acomodado, da falta de senso, da falta de tudo...

Onde você perdeu seus espelhos? Foi perto da esquina da ignorância?

sábado, 17 de julho de 2010

Aos Cantores Solitários

Essa cousa fogosa de nós dois é mera lata de cerveja.
Industralizada, pressurizada, armazenada e devidamente encaminhada.

Cerveja, cerveja....

Grande paixão é a nossa!
Nós trabalhamos, juntamos dinheiro
E quando a festa chega, meu amigo...
é época de gueixa
de deixa
licor de ameixa
se inventar, de cereja
licor de cerveja
que é o amargo do malte
no meu coração.

A paixão explode em modo de Co2.
Dura em sua duração eterna de momento.

A paixão vive por um acalanto de gás em ar.

Cerveja desce goela abaixo.
O alcool sobre goela acima.
Emoções, sentimentos.
Tudo tão intenso que soa eterno
O brando momentaneo da falsa eternidade
Que fala por sí e nada diz sobre mim
Onde tolo escrevo poesias
Para todos os cantores solitários de um bar qualquer.

domingo, 27 de junho de 2010

O homem abraça a solidão do travesseiro enquanto o desespero das bozinas da cidade anunciam a noite que está por vir. E se chover, pode molhar. Se as gotículas geladas pegam na carne do pescoço, ele troca calor com elas de bom agrado; O conforto se transforma em aguaceiro no chão.

Ele deita; deixa; dorme; não mais.

Mesmo com frio, sentiu falta da chuva. O vento fez sua parte e lhe mostrou os arrepios.

Saudade maldita que apertou. Levou o corpo ao choveiro, a mão à valvula, a água gélida ao corpo.

Levou a mente a outro lugar, distante.

Caminhou tão sonolento que esqueceu de acordar.

No amanhecer, a chuva dormiu sozinha em sua cama, sumindo de tristeza com o calor do sol.

Foi um pequeno fardo, mas quem se importa?

Talvez o aguaceiro!
Ou a cama...

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Solidão Suicida

Soltei do ônibus com meu corpo desenhando no espaço um 'S', minha coluna encurvada em contraste com as pernas bambas; não havia ninguém no ponto.

E não havia ninguém na rua, meus sapatos deixaram meus pés por motivos de mãos e até as meias lá se foram com eles, o chão frio me deu um conforto brando que se passou depois de alguns passos, quando as feridas do asfalto se abriram junto aos calos.

A casa não me esperou acordada com janta quente, a luz se recusou a sorrir pra mim quando eu a liguei.

No escuro, saquei uma garrafa de cachaça, mirei na garganta, dei dois tiros...

e tudo se apagou.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Arte Abstrata

Eu tentaria até dormir, se esses malditos tubarões não voassem tão perto da minha janela à procura de alimento. Só porque agora o céu é azul que essas coisas vem a mente...
Que coisa, mesmo que eu caminhe nessa estrada de rosas sem espinhos, ou que de repente eu possa andar na lava dum vulcão, eu ainda acho que tem algo errado por aqui, algo que eu devia ter consertado.

Peguei uma carona no meu dumbo particular e voei pelo espaço sideral, desviei de alguns cometas pelo caminho e achei uma moça bonita pela lua. Ela me disse pra voltar pra terra, praquele lugar onde tudo é estranho e mudar tudo por la. Engraçado que como passe de mágica tudo mudou... A lua se foi e já era dia novamente... Estava calor até, mas os malditos peixes ainda zunhavam minha janela...

Olhei pra fora, ví um horizonte, ví o nascer do sol.

Passei pela minha janela e fui ver o que tinha por la

Até que...

Droga! Já são 7:10 da manhã, tô atrasado pra sair...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Aquela que Perdura

A felicidade perdura!
E em dias frios eu vejo agasalhos coletivos e risadas ao redor da lareira,
Em dias sombrios eu vejo a certeza nos olhos das pessoas que tudo vai passar,
Em dias tétricos de dor eu vejo escudos de amor e esperança...
A felicidade é vingança!
é pura!
A felicidade perdura!

E ela assume formas quando madura!
Pode ser o riso sublime,
O toque modesto,
O abraço mais forte,
O olhar desconfiado,
O cheiro do conforto,
ou o conforto de um todo.

A felicidade é minha, é sua,
É nossa necessária fonte tão irrisória
De água que cura,
que muda qualquer dor ou doença.

Ah.. como é bom saber...

A felicidade é pura,
A felicidade perdura.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Texto para bêbados, idiotas e loucos.

Eu sou o particionado de mim mesmo. Existe uma visão sistêmica que pode decifrar tudo aquilo que sou e tudo aquilo que não posso ser, e pra minha felicidade vê se que as pessoas não enchergam essas micro conexões de personalidade e persona que compoem a imagem sem fragmentos que existe no mundo.

Mas é interessante que todos saibam, ninguém me conhece.

Mais interessante ainda, ninguém se conhece...

Se os olhos vissem os fios que ligam as pessoas, que ligam os pequenos pedaços aos médios pedaços, os médios aos medianos, os grandes aos pequenos e os micros ao quase imensos não poderia haver previsão, não poderia haver supresa...

Não poderia haver um ser, haver um você.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Flagelos

Só queria saber quando poder te deixar, prever o momento que o morno do seu abraço não bastará pra esquentar coração meu que se resfria lentamente. É por esse sentimento latente que prezo o apreço necessário sentido para contigo, são as bases de um vulgo amor, que por ser moderno se sustenta entre fios e teclados, embaraçados no meu dia a dia.
Enquanto essa monotonia de vida me destrói, tenho essas questões pesadas demais pras minhas costas tão fracas de saber, tão imensas pra meus olhos tão cheios de suposições e ainda tão sublimes pra meu corpo tão corrompido de viver.

Necesariamente te faço um ser necessário, porque certa vez boa amiga bradou ao seu amor:

"...seu silêncio faz falta em todo meu lugar"

Eu ouvi, e porfim... Acatei.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Eu Prefiro...

Eu prefiro a luz dos meus dias, ela sempre é mais ardente que o comum, sempre mais brilhante que o habitual. No meu dia eu vejo graça em pegar um ônibus, em comer um sanduiche na esquina. Eu vejo graça nos gracejos da minha mulher, eu me alegro até em trabalhar.

Eu prefiro as minhas retinas, elas são sempre escudos fieis contra a força do comum, minhas retinas me defendem do estagnado, me defendem da feiura, mas não aquela que você encherga; feiura que se vê até com olhos.

Eu prefiro até meu corpo, porque ele é meu e foi feito assim, porque ele é minha primeira casa, e de minha casa cuido bem porque lugar mais não há aonde morar.

Eu amo meu amor, por amar o mais amante que ama a mim mesmo, Eu.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Dor

Ainda não inventaram palavra mais forte que tristeza,
essa seria útil pra definir toda a miséria que minha alma é imersa.
E nem a mais perversa das perversas ocasioes, os abortos mais sujos
ou as vidas mais sórdidas regadas no pús do sofrimento inocente
podem falar sobre uma fração dessa dor que putrifica meu coração já apodrecido.
Não resta nem alma mais, nem o demônio ai de querer algo tão podre quanto aquilo que
pertence a isto que sou. Algo violento, um cuspe de natureza desconhecida em sofregui-
dão eterna, morrendo nem no céu, nem no inferno.
Só existe vazio e escuro; A cegueira fria me cega, preciso roubar alguns olhos para mim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um Texto Que Fala De Amor

Já passavam das 10, era persistente e agoniante prosseguir pensando em fatos.
Era mágoa, era dor, era veneno ácido que corrói cartilagem de dentro pra fora...

Sim eu ouso dizer que era das piores dores!

Havia pão frio na mesa também, porque estômago não mais havia.
Mas o refrigerante por mais que horrível me desceu a garganta;

suprindo a falta

de alimento,

suprindo

a falta

da falta

que você fazia.