quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Nada Mais

Botou a depressão no papel, e nada mais. Mas mais do que o mais fez menos do que deveria e despachou o bloco de gelo em suas mãos. Não existe esse, de todos estes, que não sinta receio de ler um texto em tinta vermelha despejado num papel, ou no tronco escrito a mágoa de onde vem a folha.
Quando em mãos minhas o papel roubou calor e pesou com palavras, a mente mentalizou-te e projetou: O olho se enerva e escorrega uma lágrima, marca o papel, congela com as letras a união, separação, de nossa dor.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Salvador

O melhor verão foi aquele que passou pra ficar, vendaval; surpresa.
A maior beleza que eu já pude desenhar.
De curvas belas e azuis, lá vem você,
Charmosa menina que salva nossas dores,
Não é dolores, mas morro de amores.
E com sede na cabeça compro uma lata de cerveja.

Morena suada, tão aloirada ou esbranquecida.
Tua rua cheia de vida tem bom vento pra soprar,
Vento gostoso, regado de dendê.
Do abará, do acarajé, sempre com vatapá.

Abraça como mãe quem veio passear,
Se enfeita de olodum, chama por oxalá,
E no lado de cá faz danças de tempos antigos e novos,
Rebola toda linda só pra agradar.

Menina de sorriso maroto, pele de fogo.
Nas quatro estações seu brilho esquenta a areia da praia.
E vem com bom peixe ou arraia pra fazer moqueca,
Toda moleca brinca de alegrar.

Em fevereiro vem vestida de carnaval pra correr atrás do trio,
Mais bonita nunca se viu em todo Brasil.
Vou com sorriso manhoso pra morrer de amor,
Por você e com você, eterna Salvador.