domingo, 27 de junho de 2010

O homem abraça a solidão do travesseiro enquanto o desespero das bozinas da cidade anunciam a noite que está por vir. E se chover, pode molhar. Se as gotículas geladas pegam na carne do pescoço, ele troca calor com elas de bom agrado; O conforto se transforma em aguaceiro no chão.

Ele deita; deixa; dorme; não mais.

Mesmo com frio, sentiu falta da chuva. O vento fez sua parte e lhe mostrou os arrepios.

Saudade maldita que apertou. Levou o corpo ao choveiro, a mão à valvula, a água gélida ao corpo.

Levou a mente a outro lugar, distante.

Caminhou tão sonolento que esqueceu de acordar.

No amanhecer, a chuva dormiu sozinha em sua cama, sumindo de tristeza com o calor do sol.

Foi um pequeno fardo, mas quem se importa?

Talvez o aguaceiro!
Ou a cama...