quarta-feira, 12 de maio de 2010

Solidão Suicida

Soltei do ônibus com meu corpo desenhando no espaço um 'S', minha coluna encurvada em contraste com as pernas bambas; não havia ninguém no ponto.

E não havia ninguém na rua, meus sapatos deixaram meus pés por motivos de mãos e até as meias lá se foram com eles, o chão frio me deu um conforto brando que se passou depois de alguns passos, quando as feridas do asfalto se abriram junto aos calos.

A casa não me esperou acordada com janta quente, a luz se recusou a sorrir pra mim quando eu a liguei.

No escuro, saquei uma garrafa de cachaça, mirei na garganta, dei dois tiros...

e tudo se apagou.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Arte Abstrata

Eu tentaria até dormir, se esses malditos tubarões não voassem tão perto da minha janela à procura de alimento. Só porque agora o céu é azul que essas coisas vem a mente...
Que coisa, mesmo que eu caminhe nessa estrada de rosas sem espinhos, ou que de repente eu possa andar na lava dum vulcão, eu ainda acho que tem algo errado por aqui, algo que eu devia ter consertado.

Peguei uma carona no meu dumbo particular e voei pelo espaço sideral, desviei de alguns cometas pelo caminho e achei uma moça bonita pela lua. Ela me disse pra voltar pra terra, praquele lugar onde tudo é estranho e mudar tudo por la. Engraçado que como passe de mágica tudo mudou... A lua se foi e já era dia novamente... Estava calor até, mas os malditos peixes ainda zunhavam minha janela...

Olhei pra fora, ví um horizonte, ví o nascer do sol.

Passei pela minha janela e fui ver o que tinha por la

Até que...

Droga! Já são 7:10 da manhã, tô atrasado pra sair...