Soltei do ônibus com meu corpo desenhando no espaço um 'S', minha coluna encurvada em contraste com as pernas bambas; não havia ninguém no ponto.
E não havia ninguém na rua, meus sapatos deixaram meus pés por motivos de mãos e até as meias lá se foram com eles, o chão frio me deu um conforto brando que se passou depois de alguns passos, quando as feridas do asfalto se abriram junto aos calos.
A casa não me esperou acordada com janta quente, a luz se recusou a sorrir pra mim quando eu a liguei.
No escuro, saquei uma garrafa de cachaça, mirei na garganta, dei dois tiros...
e tudo se apagou.
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