quarta-feira, 12 de maio de 2010

Solidão Suicida

Soltei do ônibus com meu corpo desenhando no espaço um 'S', minha coluna encurvada em contraste com as pernas bambas; não havia ninguém no ponto.

E não havia ninguém na rua, meus sapatos deixaram meus pés por motivos de mãos e até as meias lá se foram com eles, o chão frio me deu um conforto brando que se passou depois de alguns passos, quando as feridas do asfalto se abriram junto aos calos.

A casa não me esperou acordada com janta quente, a luz se recusou a sorrir pra mim quando eu a liguei.

No escuro, saquei uma garrafa de cachaça, mirei na garganta, dei dois tiros...

e tudo se apagou.

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