quinta-feira, 28 de outubro de 2010

MPYou

Indigente,
Eu escolho ser indigente.

E eu espero porque ainda há esperança. Num dia de sol como todos os outros a agua evapora em vapor, que vira nuvem. E eu tenho uma vertigem reversa sentado no banco do ônibus olhando pro céu...

"ainda bem que existe nuvem, imagina se não tivesse..."

A nuvem que vai é a nuvem que vem, desagua na represa, desce turbina abaixo, gera a energia, vai pra cidade, vai pra bateria, liga o aparelho, põe os fones.

E mesmo querendo sumir da nuvem de gente, gente olha pra mim feito gente doida. Como pode.

Mas não tem problema, tudo pro indigente é diferente, porque o som que navega em mim não é o mesmo que navega nessa gente. Que inteligente.

Os fones, a bolha, a pessoa. E toda essa gente achando que é gente. Ainda bem que sou inexistente.