-Poste na minha face descarada que sou um bêbado maltrapilho, mas não ouse postar-se na cama com mais alguém que não eu!
E ela se calou. Seu silêncio fez vácuo no lado esquerdo do meu peito.
Daí se caiu a face daquela que a pouco brigava e se postou um sentimento doloroso. As lágrimas caiam sem explicação, as pernas bambas e brancas postaram-se a tremer.
Cinco minutos depois, se imprimiu na minha mente o cartão postal dos farois acesos do seu carro no poste da rua da minha casa; acelerou e partiu.
E na minha face postaram-se lágrimas, como no céu daquela noite.
Como pode o vácuo do meu peito ter engolido meu estômago e minhas reações?
Não sei.
Postei-me no sofá a lembrar de tempos e tempos, do que outrora foi aquela que se foi. Dos tempos dum namoro platônico, das coisas belas e, simultaneamente, tão sórdidas e prazerosas. Lembrei-me também do primeiro filho, pois seu choro postou-se a bradar no teu quarto.
Mas eu ainda tenho tudo, porque o tão vazio sem sentimento?
Me perguntei isso por dias e dias naquelas noites crueis com seus relógios malditos. Agora que me postei a chorar novamente, traga-me uma dose de cachaça e salgadinhos, a noite se postará a ser longa e o blues se postará nesses meus segundos vazios de sofreguidão